sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ao passo...

Ao passo que passo, passo. Por mim por ela, por nós.
Peço que o passo, que eu passo, não me passe, que o tempo não venha a me tragar, que ele não venha a me apagar
Me apagar de suas memórias, dos nossos momentos, da nossa história.
Que o momento terno e eterno, não seja apagado, esquecido, jogado.
Ao passo que passo. Não me passe. Fique e tome um chá ou café, qualquer desculpa para lhe deter mais tempo em meus olhos, teu perfume em minhas narinas, o teu toque sobre minha pele.
Que o tempo não destrua os caminhos traçados, os sonhos suspirados e os amores jurados. As lembranças, os momentos. Nós.
Preciso deixar você ir, a bifurcação dos nossos caminhos tende a nos separar, a nos afastar, mas não deixe o tempo me matar, me apagar dos seus sonhos, das suas risadas, afinal agora você tem uma parte de mim.
Ao passo que passo, passo pela nossa casa velha, vejo o velho gramado, a velha cerca agora sem cor. A velha xícara ainda está na mesa, consigo ver a cozinha através da janela empoeirada, incrível como tudo me dói. O vento mistura-se às minhas lágrimas, o ar secou-me a garganta, polui meus pulmões e ali sinto falta do seu perfume. Abro então os olhos, lembro-me que preciso continuar caminhando, a dor não vai parar nem tão cedo, eu sei disso. Meu ritmo agora mudou. O fato de não conseguir respirar direito, livremente, me impede de gerar passos mais firmes e conscientes, para longe de você. O horizonte agora é a minha meta, minha casa. Sinto assim uma forte falta de uma parte de mim, mas agora é tarde para olhar pratrás, você já desapareceu em novo caminho...