quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sobre águias e homens


Escrever de fato, tem se tornado algo não muito freqüente em meus dias. Uma pena, de veras, já que dedicava um delicioso tempo me perdendo em minhas linhas e claro, me envolvendo nos meus devaneios corriqueiros.
Não sou cronista ou escritor, creio que não tenho tanta habilidade com as sentenças carrancudas de nossa língua para tal, apenas me atrevo a limitar-me a códigos, letras, frases tentando encontrar sentidos em minhas sentenças que possam ir além dos períodos de um enunciado.
Pois bem, tendo terminado essa primeira parte, de explicações, para quem possa importar, quero de fato deter-me ao ponto que decidi escrever nessa manha. Sobre águias e homens.
As águias são um forte exemplo de beleza e força, uma combinação delicadamente perigosa, uma amostra graciosa de inteligência e destreza. Para os mais desavisados, a idéia da águia pode parecer uma obscura ilustração, visto que: o que um animal tão diferente do ser humano pode nos ensinar ? Que semelhança pode de fato haver entre homens e águias? Ou melhor. Que semelhanças deveríamos ter com as águias?
As águias são aves de rapina, e como toda ave de rapina tem garras e bico muito bem afiados, bem como uma plumagem que as permite literalmente deslizar pelos ares enquanto caçam. O fato é que próximo aos seus quarenta anos a águia passa por um doloroso processo que a permite viver mais trinta anos. Processo esse onde ela arranca todas suas penas, suas garras e bate contra uma rocha com seu bico, até este ter saltado fora. Tempos depois a plumagem cresce novamente, as garras e finalmente o bico, renascendo assim como uma fênix da vida real.
Não temos bicos, garras, muito menos asas. Se bem que algumas pessoas não têm a menor vergonha de serem tratadas como pessoas com cérebros de galinha, visto que não possuem uma única idéia que valha a pena na cabeça. Mais isso são considerações para um outro encontro. Entretanto possuímos a necessidade de nos reinventarmos, de renascermos apesar das mais profundas dores dessa vida tão fugaz que nos rodeia. Como uma medida de dizer não a tudo que nos deseja ver sucumbir.
Homens não voam, não por eles mesmos, não tem asas nem bicos, mas deveriam aprender com as aves, com as águias especificamente  o que é o poder de um  se humilhar, morrer, para poder viver. Matar o orgulho, esse ar pedante que os cerra os olhos ao passo que facilmente e silenciosamente ele, o orgulho pode vir a destruir algo tão belo e tão singelo como uma vida, uma existência, um amor.
Sobre águias e homens.
Adriano de Sousa.



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abç a todos